Neurologista CRM 770

Dor Neuropática

A dor é uma sensação importante para o ser humano porque revela que alguma coisa está errada no organismo. Serve de proteção para a saúde porque as pessoas que não sentem dor sofrem graves lesões por não perceber, não sentir, que algo está prejudicando a saúde.
A dor é percebida por receptores microscópicos espalhados por todos os órgãos e tecidos do corpo. Esses receptores são extremidades de fibras nervosas especializadas em transmitir os sinais elétricos por eles gerados. As fibras nervosas da dor são componentes dos nervos periféricos que levam os sinais elétricos até a medula espinhal situada dentro da coluna vertebral. Da medula as fibras formam fascículos que sobem até o tálamo, dentro do cérebro. Dai vão para as áreas sensitivas da córtex cerebral, onde a dor é percebida pela pessoa.
 Essa á via da dor, desde o receptor periférico até o cérebro. Para sentir dor num local onde o estímulo é aplicado (toque com agulha, por exemplo), o estimulo doloroso percorre toda esta via e só quando chega ao cérebro é que a dor é percebida e localizada. Se houver algum bloqueio nesta via, a pessoa não sente dor (por exemplo, a anestesia de um ramo de nervo provoca anestesia local e pode-se até operar aquele local, como na anestesia dentária).
A DOR NEUROPÁTICA é causada por uma disfunção desta via, em qualquer ponto do seu trajeto, seja nas fibras nervosas, nos nervos, na medula ou no cérebro. As causas são inúmeras, como traumatismos, inflamações, isquemias entre outras.
A DOR NEUROPÁTICA é espontânea, pode ser agravada pelo toque, palpação, compressão movimentos, esforços. A localização varia de acordo com o local da via comprometido. Costuma vir acompanhada de outros sintomas como dormência, formigamento, queimação. Quase sempre é contínua mas pode ter paroxismos e choques. O local onde dói tem hiperestesia (dor exageradac om estímulo doloroso) e/ou alodínia (dor por estímulo não doloroso).
Uma causa frequente de DOR NEUROPÁTICA é a polineuropatia, que é o mau funcionamento dos nervos periféricos, que provoca esta dor nas extremidades principalmente nos pés. O paciente queixa de dor com dormência ou formigamento nestas áreas e com sensação muito desagradável de queimação. Os diabéticos tem muita propensão a este tipo de dor porque o diabetes é uma causa frequente de neuropatia. Também é dor neuropática aquela que acontece após herpes zoster (nevralgia pós-herpética). Outro exemplo é a nevralgia do nervo trigêmeo  que são choques muito dolorosos na face que podem ser desencadeados ao mastigar, sorrir, tocar de leve na face ou mesmo ser espontâneos.
É da competência do neurologista realizar uma investigação cuidadosa e extensiva para o diagnóstico do local da lesão na via dolorosa e na busca da causa. Sempre tratar uma causa conhecida é mais eficaz, senão o tratamento é apenas paliativo. Este tipo de dor costuma ser bastante resistente, mesmo utilizando-se de vários medicamentos e de outras estratégias de tratamento. Caso se torne crônica e intratável existem abordagens cirúrgicas possíveis (neurocirurgia da dor).

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