A dor de cabeça pode se tornar muito frequente e ocorrer, senão todos, pelo menos quase todos os dias e passa então a ser denominada CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA ( CCD ). Para ser assim classificada deve ocorrer mais de 15 dias por mês. É um problema importante no mundo inteiro porque acontece em 3 a 5% da população de qualquer lugar, com nítido predomínio em mulheres. As pessoas portadoras de CCD sofrem muito e acabam por tomar remédios  mas  sem conseguir resultados satisfatórios e assim a dor vai se perpetuando. É uma das principais causas de consultas médicas e de busca por atendimento de urgência.

A CCD vai se desenvolvendo com o tempo, inicialmente a cefaleia é ocasional e se torna  aos poucos cada vez mais frequente e resistente. Na história que o paciente conta, há referência de crises de dor no passado que desapareciam sozinhas ou com pequenas doses de qualquer analgésico. Nos anos seguintes já precisava de doses maiores ou de mudar de remédio. Mais adiante teve que buscar outros tipos de medicamentos, tomar com mais frequência, até que a cefaleia se tornou uma CCD.

É importante que o médico seja consultado porque este diagnóstico de CCD é feito por exclusão, ou seja, tem que se descartar várias causas de cefaleia secundária  a uma patologia como tumores cerebrais, meningites crônicas, aumento de pressão intracraniana etc. Para isto, o médico  colhe a história, faz  exames clínico e neurológico, solicita exames complementares e finalmente determina o diagnóstico e a  conduta.

A CCD geralmente se origina de uma enxaqueca, cefaleia que ocorre em crises que duram horas a poucos dias, de caráter latejante, com náuseas e/ou vômitos, de forte intensidade, que piora com claridade, barulhos e esforços físicos, tendo o paciente de buscar repouso em ambiente escuro. As crises se repetem a intervalos irregulares, espontâneas  ou podendo ser desencadeadas por emoções, privação de sono, alguns alimentos, menstruação e anticoncepcionais nas mulheres e outros fatores.