Neurologista CRM 770

Long Covid

Este é um termo inglês que abrange as manifestações clínicas que persistem, ou surgem, depois de uma infecção pelo coronavírus ou COVID 19. São variados sintomas porque qualquer órgão, ou alguns ao mesmo tempo, podem ser afetados pela doença.

O sistema nervoso também pode ser comprometido na fase aguda da doença, tanto o sistema nervoso central (SNC) (cérebro, tronco cerebral, cerebelo e medula espinhal) como o periférico (raízes, nervos e músculos). Se isso acontece na fase aguda é de se esperar que possam durar algum tempo e até deixar sequelas, dependendo da gravidade da apresentação inicial.

Entretanto é surpreendente que mesmo COVID 19 de leve intensidade pode levar a sintomas neurológicos que fazem parte do espectro do LONG COVID.

Isto acontece em boa parte das pessoas que tiveram COVID 19 e são várias as queixas como fraqueza, dormência, tonturas, desequilíbrio, zumbidos, diminuição ou perda de olfato e paladar, prejuízo de memória e de outras funções cognitivas.

Destes sintomas neurológicos, os mais frequentes são fraqueza em 32% e alterações cognitivas em 22%. As alterações cognitivas (prejuízo de memória principalmente) podem prejudicar as atividades normais e até aumentar com o passar do tempo. Distúrbios de humor como ansiedade e depressão costumam estar associados e perturbar ainda mais o bem-estar individual.

A fraqueza se manifesta como uma síndrome da fadiga crônica (ver um texto próprio neste nosso site) que tem como critério uma redução substancial no rendimento ocupacional e pessoal por uma fadiga importante, com intolerância a exercícios, dificuldade para dormir e tonturas quando de pé.

Nestes casos de LONG COVID há necessidade de investigação clínica e neurológica para excluir patologias concomitantes que tenham tratamento diferenciado. Quando é mesmo consequência da COVID 19, os exames costumam ser normais embora estejam sendo desenvolvidas técnicas especiais que podem ser úteis em futuro breve.

A conduta em tais casos, quando vem à consulta com neurologista, abrange uma história bem detalhada, a relação temporal com a doença aguda, o uso de medicação sintomática visando a melhora do que está provocando as queixas do paciente, a utilização de recursos não farmacológicos como atividade física, psicoterapia, treinamento cognitivo e outros.

Muitos estudos estão sendo desenvolvidos já que a COVID 19 é uma doença nova com características especiais, ainda insuficientemente conhecida e que requer atenção ampla, profunda e urgente

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